Curso de especialização em Educação Ambiental e Transição para Sociedades Sustentáveis é noticiado n
No último dia 21/05/2016 o site do funBEA (Fundo Brasileiro de Educação Ambiental) publicou uma reportagem sobre a realização do curso de especialização em educação ambiental e transição para sociedades sustentáveis promovido pela Oca/ESALQ/USP. Rachel Trovarelli explicitou os objetivos e diretrizes do curso, bem como sobre a finalidade da realização das pré-inscrições que se iniciam nesta próxima segunda-feira (30/05/2016). Segue abaixo na íntegra a reportagem feita por Taís Aranha.
"O Laboratório de Educação e Política Ambiental da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Oca/Esalq/USP), em Piracicaba (SP), contará com uma especialização lato sensu. Os interessados devem fazer a pré-inscrição de 30 de maio a 19 de junho, pelo site www.ocausp.wix.com/cursos.
De acordo com Rachel Trovarelli, o objetivo da pré-inscrição é visualizar a demanda pelo curso. “Queremos formar grupos por municípios para articular a atuação em torno de ‘municípios agroecológicos que educam para sustentabilidade’ e visualizar as possibilidades de bolsa, já que é um curso pago”, explica. “Queremos que os pré-inscritos nos ajudem a captar institucionalmente bolsas de estudos nas prefeituras, empresas e demais organizações que possam apoiar os estudantes.”
As inscrições serão lançadas para os pré-selecionados a partir de julho de 2016. A especialização é voltada a todos os interessados em transformar a realidade socioambiental em seus municípios, gestores e funcionários públicos, empresas e colaboradores, centros comunitários, professores, conselhos municipais e movimentos sociais. É necessário ter diploma de graduação. A estimativa é de que a especialização tenha o valor de R$ 507,38 e a matrícula, de R$ 500. “A administração dos recursos será transparente, feita pelo Comitê de Gestão Democrática (CGD) do curso, com participação de professores da USP, equipe pedagógica e administrativa e estudantes”, destacou Rachel.
Por ser uma especialização lato sensu, a carga horária será de 560 horas, sendo 360 horas presenciais e 200 horas contabilizadas com projetos de intervenção nos municípios.
Rachel informa que o curso não será composto por disciplinas, mas sim por eixos transversais. “A principal diferença é que as disciplinas são partes do conhecimento segmentadas. Os eixos transversais são tópicos importantes no currículo, que permeiam o processo de forma articulada e contextualizada”, explica. Os eixos transversais do curso serão: utopia, conjuntura e espiritualidade; educação ambiental; intervenção e conhecimento científico e políticas públicas de transição para sociedades sustentáveis. Além desses eixos, também haverá disciplinas optativas.
O principal objetivo do curso é a formação de profissionais para atuação na transição para sociedades sustentáveis, oferecendo subsídios para construção de conhecimentos nas áreas de educação, ambientalismo, políticas públicas e intervenção educadora. “O especialista compreenderá as múltiplas possibilidades de atuação em políticas públicas no atual modelo de organização das sociedades, agindo na construção de municípios agroecológicos que educam para a sustentabilidade”, detalha.
Desafios da formação do profissional da área ambiental
Rachel Trovarelli conta que a formação profissional na área ambiental tem-se constituído um desafio frente à atual crise socioambiental no Brasil e no mundo. “Muitos cursos têm sido criados com objetivo de qualificar esses profissionais atendendo a diversas especificidades na área. Entretanto, a demanda desses profissionais com uma qualificação mínima para contemplar as especificidades emergentes, em especial quando se trata de intervenção nos espaços socioambientais, está aquém das necessidades geradas.”
Ela reforça que a qualificação profissional em Educação Ambiental está comprometida pelos processos pedagógicos dominantes nas práticas educacionais nos vários níveis de ensino. “Essas práticas, segundo inúmeros estudos sobre as mais diferentes áreas e níveis do conhecimento das últimas décadas, são respaldadas numa concepção de construção de conhecimento que se caracteriza por ser asséptica, distanciada da experiência, dos interesses e das capacidades dos estudantes desenvolvidas nas e das suas relações, porque vêm de uma racionalidade objetiva, simplificada e cartesiana”, diz. “Na área ambiental, há necessidade de se construir a compreensão e a ação na realidade de forma sistêmica e articulada. A participação e o diálogo entre profissionais, pesquisadores e comunidades se dá pelos mais variados campos do conhecimento e saber, evidenciando que é necessário reconhecer essa natureza multi e interdisciplinar. Além disso, é preciso compreender o sujeito conectado em seu ambiente (nas suas múltiplas dimensões) e fomentar processos empoderadores de atuação concreta na realidade”, completa.
Rachel conta que há alguns anos a Oca busca respostas para este desafio no cotidiano do laboratório, por meio de projetos, intervenções e múltiplos processos educadores. A proposta da especialização em Educação Ambiental se fortaleceu mais recentemente, como resultado do amadurecimento e do vínculo mantido até hoje com participantes de uma edição do curso realizado pela Oca entre 2001 e 2002.
Para Rachel, a área ambiental permite um “novo olhar” para a crise instalada, com propostas para sua superação, embasada em métodos e ferramentas que buscam a transição para sociedades sustentáveis, que se aproximam de conceitos do pensamento complexo, diálogo de saberes, análise compartilhada da conjuntura, pesquisa ação, pesquisa intervenção, ciências políticas, econômicas e sociais. “A partir deste curso, pretende-se fomentar e apoiar a construção de conhecimentos teóricos e práticos de Educação Ambiental relacionados à formação de educadores socioambientais para ação transformadora, contribuindo para a educação ambiental permanente, continuada e articulada”, finaliza."
Conteúdo disponível em: http://www.funbea.org.br/ocaesalqusp-tera-especializacao-lato-sensu-em-educacao-ambiental/