Aprendizados florescendo: Segundo Encontro da Especialização “Educação Ambiental e Transição para So
No final de semana dos dias 27 e 28 de abril aconteceu o segundo encontro da segunda edição da Especialização “Educação Ambiental e Transição para Sociedades Sustentáveis”. Foi um encontro mobilizador de aprendizados nos temas de Construção de Conhecimento (Ciência e Conhecimento Popular) e Mapeamento e Diagnóstico para intervenções e projetos educadores. E como todo encontro, este também teve o objetivo de criar uma comunidade e olhar para as relações e procedimentos inerentes a este grupo em formação.
Na manhã do sábado foi apresentada a resenha do encontro anterior. Os estudantes que ficaram responsáveis por esta tarefa, encararam o desafio de serem os primeiros desta turma a realizarem uma resenha e surpreenderam pelo nível de detalhe e por proporcionar que todos revivessem o primeiro encontro. Esta atividade, traz a importância da participação ativa dos estudantes na construção do curso.
Logo após, os estudantes foram presenteados com a brilhante fala da Professora Luciana Jacob sobre “construção do conhecimento”. A convidada trouxe como referência o autor Boaventura de Souza Santos e explorou que o “conhecimento é sempre fruto de um processo social e histórico e de lutas acirradas, onde muito conhecimento é silenciado.” De forma inspiradora questionou a hegemonia do conhecimento científico, o conhecimento que se tornou visível, em relação aos conhecimentos tradicionais e populares, que muitas vezes são invisíveis em nossa sociedade. Chamou atenção para a transição paradigmática que a sociedade está passando, na qual existe a necessidade urgente de trazer à tona a voz dos excluídos para a construção de novos conhecimentos que dêem conta dos grandes e complexos desafios de nosso tempo.
No sábado à tarde a educadora Bianca Avancini conduziu uma atividade de aquecimento inspirada na “Câmera e o Fotógrafo” de Joseh Cornell. Os estudantes conduziam cuidadosamente sua dupla, que estava de olhos vendados, até algum lugar, paisagem ou objeto. O estudante vendado, quando diante deste lugar escolhido pelo condutor, abria os olhos e capturava aquela imagem, ou tirava uma foto mental com suas “lentes” pessoais. Uma atividade muito interessante para suscitar reflexões sobre confiança e as sensibilidades e sentimentos que afloram ao conduzir alguém e ser conduzido por alguém e também pelo fato de estar com olhos fechados. Segundo os estudantes uma oportunidade de conhecer a realidade através do olhar do outro.
Foi uma boa atividade para traçar relações com os temas de mapeamento e diagnóstico, e aquecer as inspirações neste sentido. Logo após a atividade de aquecimento, a educadora Rachel Trovarelli propôs explorar em grupos o texto sobre mapeamento e diagnóstico, conversando quais os principais aprendizados e inquietações a partir da leitura prévia. Esse momento foi preparatório para a atividade de vivência de três ferramentas de mapeamento e diagnóstico. A proposta foi, em pequenos grupos, “degustar” estas ferramentas com a comunidade do Campus “Luiz de Queiroz”, experienciar na prática como buscar e valorizar informações e conhecimentos das pessoas comuns. Os grupos vivenciaram brevemente as potencialidades e desafios da Entrevista Semi-Estruturada, da Árvore de Problemas e do Mapa de Futuro. O ponto central para explorar através destes instrumentos foi a captação de informações sobre as diferentes percepções sobre modelos de agricultura e a relação destes com alimentação e saúde.
O domingo se iniciou com uma prática de auto-conexão (mapeamento de si). Esta foi uma atividade de respiração, relaxamento e visualização das utopias individuais, o que possibilitou uma experiência de bem estar e reflexões sobre a dimensão pessoal no processo de mapeamento e diagnóstico. Alguns estudantes expressaram a grande validade da experiência no contexto atribulado do cotidiano, um momento especial e desafiador para o auto cuidado e o auto conhecimento. Rachel Trovarelli propôs que esse mapeamento de si seja continuado, e que cada um possa ir descobrindo as diferentes técnicas e formas para isso.
Na sequência, a educadora Vivian Battaini propôs uma dinâmica para a formação dos grupos para o Projeto de Intervenção, projeto este de grande importância pedagógica e que vai ocorrer ao longo desta Especialização. Sugeriu que o projeto de intervenção deve estar associado a nossa utopia. O exercício esteve voltado para definir temáticas problematizadoras de interesse e o território de atuação.
O enceramento do encontro aconteceu com o objetivo de celebrar estes dois dias de encontro, momento que foi facilitado pelo educador Luã, os estudantes foram convidados a plantar mudas no espiral de ervas.
Foi um encontro com ampla participação dos estudantes, no qual se pode constatar uma bela turma se formando e aprendizados florescendo para todos que fazem parte desta jornada.